Nos últimos sete dias (de 21 a 27 de janeiro de 2025), o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) registrou um volume menor de ocorrências nas praias do estado, comparado ao boletim da última semana. Ao todo, foram contabilizados 136 salvamentos por afogamento, 322 crianças perdidas foram encontradas, 512 crianças formadas no Programa Golfinho, 989 mil ações de prevenção foram realizadas por guarda-vidas e 2.849 ocorrências relacionadas a águas-vivas foram registradas.
Nos últimos sete dias (de 21 a 27 de janeiro de 2025), o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) registrou um volume menor de ocorrências nas praias do estado, comparado ao boletim da última semana. Ao todo, foram contabilizados 136 salvamentos por afogamento, 322 crianças perdidas foram encontradas, 512 crianças formadas no Programa Golfinho, 989 mil ações de prevenção foram realizadas por guarda-vidas e 2.849 ocorrências relacionadas a águas-vivas foram registradas. Os dados da última semana podem ser acessados clicando aqui.
Números detalhados sobre águas-vivas
Ainda no período de de 21 a 27 de janeiro, o batalhão com maior índice de registros de ocorrências com águas-vivas foi o 4º BBM, com 1.603 casos, abrangendo as praias de Passo de Torres, Balneário Gaivota, Balneário Arroio do Silva e Balneário Rincão.
Em seguida, o 10º BBM, que atende as praias de Palhoça e Governador Celso Ramos, registrou 517 ocorrências. O 1º BBM, responsável pelas praias de Florianópolis, contabilizou 380 casos.
Comparando com os anos anteriores, no mesmo período em 2024, o 8º BBM (que atua nas praias de Laguna, Imbituba e Garopaba) liderou com 917 ocorrências, seguido pelo 4º BBM com 874 e o 1º BBM com 705. Em 2023, os registros foram: 4º BBM com 1.008, 8º BBM com 823 e 1º BBM com 785.
Para entender melhor sobre estes animais marinhos, consultamos o oceanógrafo, doutor em Ciências e professor Charrid Resgalla Jr., da Escola Politécnica da Univali. Segundo o especialista, a atual incidência de águas-vivas em Santa Catarina pode ser considerada abaixo do normal, com base em estudos realizados ao longo de 10 anos.
Espécies mais comuns em Santa Catarina
Água-Viva Reloginho (Olindias sambaquiensis)
Essa espécie é a mais frequente no estado. É quase invisível aos banhistas, o que aumenta o risco de contato. Os casos ocorrem ao longo de todo o ano, com picos no final do inverno e na primavera/verão. A maior incidência costuma ocorrer em fevereiro e nos finais de semana, pois conforme o número de banhistas nas praias aumenta, mais ocorrências são registradas. Após o Carnaval, o índice de ocorrências diminui consideravelmente.
Chamada popularmente de "Reloginho", costuma permanecer na zona de rebentação e é trazida pelo vento sul. "Quando esse vento persiste por um ou dois dias, há maior probabilidade de ocorrências com águas-vivas", explica o professor Charid. Essa espécie possui dois ciclos de vida por ano, com duração de 4 a 6 meses.
Caravela Portuguesa (Physalia physalis)
A Caravela Portuguesa é facilmente identificável por seu flutuador azul intenso e uma vela que a auxilia no deslocamento. Embora menos comum, seu veneno é mais potente, podendo causar náuseas, vômitos e reações graves que podem exigir atendimento médico.
Ela é trazida pelo vento leste, oriunda do litoral nordestino do país. Em Santa Catarina, sua maior incidência ocorre em dezembro e janeiro, não sendo registrada ao longo de todo o ano.
Diferenças entre Reloginho e Caravela Portuguesa
A lesão causada pelo Reloginho provoca ardência moderada, enquanto a da Caravela é mais intensa e pode deixar marcas em linha na pele, ao contrário dos inchaços redondos provocados pelo Reloginho.
Para os dois tipos de água-viva, a corrente marítima é o principal fator que influencia sua presença, independente de condições climáticas como calor ou chuva.
Por que o Sul do Estado registra mais ocorrências?
"O litoral sul de Santa Catarina é menos recortado e mais exposto aos ventos, facilitando o transporte de águas-vivas para a praia. A inclinação da costa e a forma retilínea da região contribuem para os altos índices de ocorrências, diferentemente do litoral norte, que possui uma geografia mais protegida", esclarece o professor.
Quais os riscos aos banhistas?
A lesão causada por uma água-viva é popularmente chamada de "queimadura", mas, na verdade, não se trata de uma queimadura térmica, como aquelas causadas por fogo ou superfícies quentes. O que ocorre é um envenenamento químico da pele.
As águas-vivas possuem células urticantes chamadas cnidócitos, que contêm estruturas responsáveis por injetar toxinas quando entram em contato com a pele. Essas toxinas provocam dor, vermelhidão, inchaço e, em alguns casos, reações mais graves, como náusea e dificuldade respiratória. O termo "queimadura" é usado por analogia à sensação de ardência intensa, mas, fisiologicamente, a lesão é resultado de uma reação química e não térmica.
O que fazer em caso de lesão por água-viva?- Ao sentir ardência ou visualizar a água-viva na água, saia imediatamente do mar.
- Procure o posto de guarda-vidas mais próximo.
- Não use água doce, urina ou outros líquidos no ferimento. A urina é contraindicada porque sua acidez pode aumentar a sensação de queimadura e causar infecções devido à presença de bactérias.
- Lave apenas com água salgada.
- Solicite vinagre no posto de guarda-vidas. Ele é cientificamente comprovado para aliviar os sintomas.
Como são registrados os dados de águas-vivas pelo CBMSC?
As ocorrências são registradas pelos guarda-vidas a cada vez que é prestado atendimento a uma vítima de lesão. Sendo assim, a corporação atua no socorro e na prevenção a novos casos, indicando onde alguém avistou uma água-viva com a bandeira lilás na praia. Estes locais sinalizados devem ser evitados.
Como prevenir?
- Antes de ir à praia, consulte o aplicativo CBMSC Cidadão, disponível para iOS e Android. Ele informa as praias com bandeira lilás, que indica a presença de águas-vivas.
- Observe a sinalização e evite áreas com águas-vivas mortas na areia.
- Fique próximo a postos de guarda-vidas para maior segurança.
Com essas medidas simples, você pode aproveitar a praia com mais tranquilidade.
A seguir, confira abaixo os dados referentes ao período de 21 a 27 de janeiro de 2025. (O número pode sofrer atualizações).
Créditos:
Texto: Mônica Andrade - CCS/CBMSC. Informações: Professor Charrid Resgalla Jr.
Imagens: Divulgação CBMSC
Assessoria de Imprensa CBMSC: (48) 98843-4427
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