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Cadetes fazem resgates em acidente aéreo que simula o da Chapecoense

 

 

 

Uma situação simulada, inspirada no acidente aéreo sofrido pelo time da Chapecoense em Novembro de 2016, montada no meio de uma área de reflorestamento de eucalipto, no interior do município de Tijucas, serviu como cenário de treinamento para os cadetes em formação do Centro de Ensino Bombeiro Militar, durante a noite de terça-feira (12-09) e manhã de hoje (14-09). Similar ao acidente aéreo que vitimou mais de 70 pessoas, sendo 19 dos 22 jogadores do time de futebol Chapecoense, na Colômbia, o cenário montado para treinamento dos futuros Bombeiros, contemplou uma clareira em meio à mata fechada, na localidade conhecida como Sertão do Valongo. Ao fundo da clareira, uma estrutura metálica, construída especialmente para o evento, simulava a fuselagem de uma aeronave em meio às arvores. No local, também havia forte cheiro de combustível queimado e muitos objetos espalhados, que simulavam os pertences pessoais das vítimas. “Buscamos retratar um acidente aéreo para que os cadetes possam sentir como seria ter de administrar um resgate de vítimas em condições extremas, com dificuldade de acessos, em meio a destroços e na mata fechada,” disse o Tenente Pedro Cabral Reis, coordenador dos pelotões da Academia de Bombeiro Militar e que também estava auxiliando na administração do evento.

 

 


 As operações de busca e resgate aconteceram simultaneamente ao emprego dos cães de busca do CBMSC. Assim que os cachorros sinalizavam com latidos a localização das vítimas, as equipes de alunos entravam com equipamentos necessários para o desencarceramento. As vítimas teriam sobrevivido à queda da aeronave, mas continuavam presas aos destroços do avião.

 

 

Aluno do segundo ano do Curso de Formação de Oficiais-CFO, Robson Fermiano Barbosa Silva, foi soldado do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná por sete anos. Ele nunca tinha passado por um treinamento desse tipo. “Apesar de sempre saber que poderemos melhorar, um treinamento desse tipo minimiza a nossa possibilidade de erros e eleva nosso conhecimento operacional. A palavra que eu resumiria este treinamento é superação”, disse. Fermiano passou mal no primeiro dia do treinamento. Ele teve hipotermia e náuseas depois da travessia a nado da costa até a Ilha dos Guarás. Depois de medicado, ele se sentiu preparado para voltar para o campo e concluir o treinamento.

 

 

Outra cadete que sairá diferente do treinamento é Bruna Paula Calegari Lino, aluna do quarto ano do CFO. “Além de revisar e por em prática os conhecimentos e as técnicas que estamos aprendendo ao longo dos dois anos da formação, a intensidade do treinamento me deu um outro olhar para um evento de grande vulto. Além disso, saio daqui mais confiante e experiente. Achei que eu estaria bem mais cansada e exausta, mas a motivação nos faz querer seguir adiante”, disse.

 

 

 

Buscas às vítimas são feitas inicialmente com cães

Dentro da área montada para treinamento dos cadetes, também aconteceu duas, das três provas de certificação estadual dos cães de busca do Corpo de Bombeiros Militar: as provas de busca noturna e diurna. Na prova noturna, que aconteceu na terça-feira (12/09), os binômios (nome técnico dado à dupla de cão e seu condutor), tinham 30 minutos para localizar uma vítima em meio à área de mata, onde estava simulada a queda da aeronave. Já na prova de busca diurna, que aconteceu nesta quinta-feira (14/09), eram duas vítimas que deveriam ser localizadas pelo cachorro, num tempo também de 30 minutos.

 

 

 

Somente depois do cão localizar a vítima, as equipes de cadetes iniciavam a remoção e transporte com maca até um ponto seguro, de onde a pessoa seria transportada até o hospital.

 

O Tenente BM Rubens Babel, do 5° Batalhão de Bombeiros Militar, com sede em Lages, explica que a atuação dos cadetes simula a atuação das Forças-Tarefa do CBMSC, que são acionadas quando a ocorrência extrapola a atuação dos bombeiros do local. Além disso, as equipes de Forças-Tarefa são multidisciplinares e com treinamentos especializados. “A ideia é sensibilizar os cadetes para o emprego dos cães nas operações de busca e resgate, para que depois de formados, possam investir e acreditar no emprego desta ferramenta como atividade operacional nos quartéis do estado,” disse.

 

 

As atividades de busca, resgate e atendimento pré-hospitalar de vítimas com emprego de cães, encerraram no início da tarde desta quinta-feira, (14/09) em Tijucas, com uma caminhada por cerca de 1hora com os cadetes em marcha carregando as vítimas em macas.

 

 

 

Na parte da tarde, os alunos seguem para Ilhota, onde receberão instruções de resgate de vítimas de soterramento no Morro do Baú, onde as atividades estão sendo coordenados pelo Coronel BM Aldo Baptista Neto, que ministra aos alunos, a disciplina de TRON- Treinamento Operacional em Desastres Naturais, carga horária obrigatória para a formação dos cadetes.

 

Texto: Krislei Oechsler- Jornalista

Fotos: Tiago Moritz- Soldado BM

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