O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), por meio da Coordenadoria de Combate a Incêndio Urbano, deu início aos testes em um novo simulador de incêndio que será utilizado em ensaios voltados à avaliação do desempenho de tubulações aplicadas em sistemas de chuveiros automáticos.
A iniciativa é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre o CBMSC e uma empresa multinacional especializada em tecnologias químicas de alta performance. O objetivo é analisar o comportamento de diferentes materiais utilizados em redes de combate a incêndios, de acordo com normas técnicas nacionais e internacionais.
Durante o primeiro teste, estiveram presentes o tenente Yuji Ezaki, da Coordenadoria de Combate a Incêndio Urbano, o subtenente Robson Martins Fernandes e o bombeiro comunitário Sérgio Gonçalves.
O simulador conta com um avançado sistema de isolamento térmico baseado em fibra cerâmica, capaz de reter calor por longos períodos — essencial para testes em ambientes com altas temperaturas. Segundo o tenente Ezaki, o equipamento foi desenvolvido com apoio técnico do CBMSC e visa simular condições reais de incêndio, contribuindo para o aprimoramento de técnicas e materiais utilizados em edificações.
Etapas e metodologia dos testes
Na primeira fase, que ocorreu no dia 16 de abril, em Balneário Camboriú, foram utilizados 10 pallets de madeira como carga de incêndio para simular o ambiente real de uma queima controlada. Termopares — sensores de leitura de temperatura — foram instalados em diferentes alturas (30 cm, 1,5 m e 2,2 m do solo) para monitorar as variações térmicas, replicando posições onde possíveis vítimas ou bombeiros poderiam estar durante uma ocorrência.
"Essas alturas simulam situações reais: uma vítima caída, um bombeiro em deslocamento ou o acúmulo de calor próximo ao teto, onde normalmente são registradas as maiores temperaturas", explicou Ezaki.
Durante os testes, foi realizado o controle dos perfis de ventilação para observar o comportamento do fogo no simulador frente aos diferentes níveis de oxigenação do incêndio. Isto é fundamental para entender incêndios de progresso rápido, tal qual o flashover e o backdraft — uma explosão repentina de fumaça altamente combustível.
Próximos passos
A próxima etapa dos testes irá analisar a resistência de três composições distintas de tubulações em diferentes tipos de shafts:
Ao término do ciclo de testes, o simulador será transferido para o Centro de Excelência em Combate a Incêndios, localizado em Laguna. Lá, servirá como ferramenta de formação e aperfeiçoamento dos bombeiros, com foco em simulações de comportamentos extremos do fogo, como o próprio backdraft.
"O objetivo é, além de validar tecnicamente os materiais utilizados em sistemas de proteção contra incêndio, preparar melhor os bombeiros para situações críticas. O conhecimento técnico aliado à prática em ambientes controlados eleva significativamente a segurança nas operações reais", destacou o tenente.