Iniciando o "Setembro Amarelo", mês de prevenção ao suicídio, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) promove ações de prevenção relacionadas ao assunto. Em Itajaí, bombeiros militares realizam um treinamento de abordagem ao tentante, nos dias 02 e 03 de setembro.
Na instrução, profissionais como Bombeiros Militares e Bombeiros Comunitários, Policiais Militares, Guardas Municipais, socorristas do SAMU, integrantes do Centro de Valorização da Vida e da Secretaria de Saúde do município de Itajaí, receberam a capacitação. As instruções foram ministradas pelo subtenente Jorge Luiz de Souza Batista e pelo cabo Thales Felippe Fernandes da Silva, ambos do CBMSC.
Formado em biologia e com pós-graduado em Neurociência e Comportamento, o cabo Felippe se interessou pelo assunto após notar que ocorrências atendidas em seu dia de serviço relacionadas à depressão ou tentativas de suicídio são recorrentes, principalmente entre jovens de 15 a 20 anos. Considerando esta preocupação, realizou o curso de prevenção ao suicídio para os profissionais da segurança disponibilizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e vislumbrou a possibilidade de ajudar outras pessoas, diminuindo assim essa estatística.
Segundo o cabo Felippe, foram discutidos durante o curso o motivo do aumento do suicídio juvenil. O tema é complexo, porém alguns fatores que contribuem para isso podem ser identificados, como mudanças na estrutura da família e melhores condições econômicas, principalmente entre os que nasceram depois do ano 2000, por exemplo.
De acordo com o tenente-coronel George de Vargas Ferreira, comandante do 7° Batalhão de Bombeiros Militar (7°BBM) com sede em Itajaí, depressão e suicídio são temas restritos, mas o principal tabu é não falar sobre eles. Segundo o oficial, o julgamento a quem sofre de depressão é prejudicial, mas falar sobre o tema ajuda principalmente quem está passando por esses momentos de maior dificuldade "Todos nós passamos por algum tipo de sofrimento psicológico em algum momento da vida, o que não é bom é que esse sofrimento seja frequente. Considerando isso, no convívio domiciliar, entre amigos ou colegas de serviço, é fundamental o acolhimento", conclui o tenente-coronel.