O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) teve atuação direta e fundamental durante o 1º Simulado Geral de Gestão de Desastres do Estado, realizado neste domingo, 18. A mobilização envolveu 256 municípios catarinenses e impactou mais de 260 mil pessoas, tornando-se o maior exercício já promovido no país.
O simulado foi coordenado pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil e contou com a participação de diversos órgãos estaduais e municipais que trabalharam em conjunto. Às 9h15, um marco histórico foi registrado com o envio do primeiro alerta estadual via Cell Broadcast, tecnologia que permitiu o envio simultâneo de mensagens de emergência a celulares em todo o território catarinense.
Em cada região, os cenários foram adaptados à realidade local. O CBMSC atuou de forma intensiva, oferecendo resposta rápida, precisa e coordenada diante das situações simuladas, reforçando sua capacidade técnica e de articulação com as demais instituições.
Atuação destacada em diversos municípios
Em Santo Amaro da Imperatriz, o cenário envolveu um deslizamento de terra com múltiplas vítimas. A complexidade da situação exigiu uma grande mobilização dos bombeiros, que realizaram resgates com técnicas de salvamento em áreas de risco e coordenação de múltiplas frentes de atendimento.
No município de São Bento do Sul, o Grupamento de Resposta a Ações Coordenadas (GRAC) foi acionado pela Defesa Civil para uma simulação de alagamento no bairro Serra Alta. O CBMSC atuou lado a lado com a Polícia Militar, Polícia Científica e secretarias municipais, garantindo o cumprimento do protocolo de resposta e segurança para os moradores.
Já em Santa Cecília, o simulado de evacuação em área rotineiramente afetada por enxurradas. Com tempo estimado de 15 minutos, a equipe coordenou a retirada segura dos moradores, incluindo ações de extração com maca rígida e cadeira de resgate. Após o exercício, foi realizado um briefing com a comunidade, reforçando o papel educativo e preventivo da ação.
Barra Velha também foi um dos participantes do simulado. A mobilização aconteceu na região da Rua Figueirinha, com simulação de resgate e transporte de vítimas e desabrigados, abertura de abrigo, resgate de animais e demais ocorrências que podem ocorrer em uma situação de crise. Além dos bombeiros militares, participaram da ação Bombeiros Comunitários, equipes da prefeitura Municipal, da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), do Batalhão de Operações Aéreas da PMSC "Águia 01" , Bombeiros Voluntários e agentes da Defesa Civil Municipal.
Em Itajaí, o cenário escolhido foi o de inundação. A simulação reproduziu os efeitos de fortes chuvas que elevaram de forma súbita o nível do Ribeirão da Murta, atingindo o bairro Portal 1. As águas alcançaram até um metro em áreas mais baixas, afetando cerca de 600 imóveis e 1.800 pessoas. O CBMSC atuou na evacuação de moradores, controle da área de risco e suporte à Defesa Civil local durante todo o exercício.
Em Florianópolis, o exercício foi realizado no período da tarde e simulou um deslizamento com vítimas no bairro Costeira do Pirajubaé. Uma sala de situação foi montada junto à escola local, que serviu como abrigo temporário para os moradores. O CBMSC participou da operação de busca e resgate de vítimas de arrastamento, atuando em conjunto com os demais órgãos para garantir o salvamento e a assistência imediata.
O encerramento do dia de mobilização ocorreu em uma reunião do Comando Unificado, liderada pelo Secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Mário Hildebrandt. O encontro contou com a presença do comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, general de Brigada Gelson de Souza, representantes do GRAC, equipe técnica da SPDC e staff estratégico do governo estadual, consolidando os aprendizados e os próximos passos.
Para o capitão Bruno Golin Sprovieri Golim, representante do CBMSC presente na sede da Secretaria, o simulado foi uma oportunidade única:
"Esse exercício fortalece a capacidade de resposta das cidades frente a eventos adversos, cada vez mais frequentes em nosso estado. O CBMSC participa ativamente dessa mobilização, e essa atuação integrada com as demais instituições é essencial para um sistema de proteção eficaz. Mais do que um exercício, esse simulado é uma oportunidade de testar, ajustar e evoluir."