O primeiro resgate realizado por mulheres no Estado, com uso de moto aquática, foi realizado por Guarda-Vidas Civis (GVCs) do CBMSC. Na última quarta-feira, 22, a equipe foi acionada para socorrer quatro vítimas de arrastamento na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis. O atendimento foi registrado com imagens aéreas, por um drone.
O primeiro salvamento
Por volta das 11h40 da manhã, as Guarda-Vidas Civis (GVC) Paola Gama e Clara Quemel estavam na vigia no posto central da Barra da Lagoa, quando visualizaram quatro banhistas em situação de perigo. As vítimas estavam a cerca de 600 metros de distância do posto central e foram arrastadas pela correnteza em uma área desprotegida, conhecida como "caixa d'água".
As guarda-vidas deslocaram-se com a moto aquática no mar, até chegar ao local onde três das vítimas seguravam-se em um pranchão de surf. A quarta vítima já havia sido retirada da água. As profissionais iniciaram o resgate, transportando a primeira vítima até o posto central para ser avaliada. Enquanto isso, a GVC Clara permaneceu com as outras duas vítimas no meio flutuante, aguardando o retorno da moto aquática. As vítimas foram resgatadas em segurança e sem grau de afogamento.
Na Praia da Barra da Lagoa, uma guarnição de oito Guarda-Vidas atua diariamente na prevenção de afogamentos e apoio aos banhistas. Contudo, situações em áreas desprotegidas, distantes dos postos Guarda-Vidas são frequentes. Nestes casos, o uso da moto aquática permite um rápido resgate, em longas distâncias.
O CBMSC reforça a importância de que as áreas sinalizadas com bandeiras vermelhas sejam evitadas, devido ao alto risco de afogamento e à presença de correntes de retorno.
Além disso, mesmo que a praia esteja sinalizada com a bandeira verde ou amarela, o banhista deve manter-se próximo ao posto Guarda-Vidas, pois, no caso de afogamento, a visualização e resgate da vítima são facilitados.
Diversidade nos resgates
Mesmo sendo o primeiro resgate pilotando uma moto aquática, a GVC Paola Gama afirmou sentir-se segura durante a operação. Paola foi a primeira mulher certificada no curso de moto aquática, em 2024, e atua desde 2018 como Guarda-Vidas Civil nas praias de Florianópolis, é enfermeira e faz mestrado em Engenharia de Biomateriais. "Apesar de ser desafiador, estou satisfeita e feliz com o desenrolar das missões até agora", declara.
Esta é a quarta ocorrência realizada pela GVC Paola em parceria com a GVC Clara, com uso da moto aquática. Antes do primeiro resgate em mar aberto, as outras ocorrências atendidas foram a retirada de vítimas nas piscinas naturais da Barra da Lagoa, Prainha e trilhas, onde a moto aquática facilitou o transporte das pessoas até a praia.
"Nas trilhas, já resgatamos uma pessoa com fratura no membro inferior. A vítima pesava 75kg e esta foi uma ocorrência importante para mostrar a força feminina, em uma situação que exigiu maior força física", relata a GVC.
"Também atendemos a uma pessoa que deslocou o ombro e outra que caiu das pedras da prainha, sofrendo um ferimento na cabeça. Todas as ocorrências exigiram certo grau de complexidade e foram resolvidas com tranquilidade", conclui.
Ainda no atendimento à vítima de queda das pedras, as GVCs enfrentaram outro desafio. Devido às fortes chuvas e enchentes que atingiram o local, algas e uma corda de barco bloquearam a grade de admissão de água da moto aquática.
"Tivemos que desligar o equipamento e mergulhar para retirar a sujeira. Seguimos para a ocorrência como era possível. Após finalizar o atendimento, fizemos a manutenção da moto aquática e precisamos serrar a corda, que ficou presa na turbina do motor".