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HISTÓRIAS DE BOMBEIROS - CORONEL PM RR LUIZ ANTÔNIO CARDOSO: A QUEDA DE UM AVIÃO E ENCHENTES

 

O coronel Cardoso ingressou no Corpo de Bombeiros em janeiro de 1973 e deixou os quadros da corporação em julho de 1993, finalizando sua carreira na Polícia Militar. Seu pai já era militar, o que despertava ainda mais sua vontade de seguir esse caminho. Emocionado, conta que desde a infância sonhava em ser bombeiro.

Relata que, nos idos de 1958, via a Auto Escada Magirus-Deutz e o caminhão Ward LaFrance, veículos que o encantavam. As demonstrações operacionais eram "mágicas", adjetiva o oficial. Quando ingressou na Academia de Polícia Militar, as vagas para o Corpo de Bombeiros eram deixadas por último. “Uma vaga no Bombeiro vai ser minha”, dizia durante as aulas, para evitar concorrência. Havia uma disciplina chamada "Noções de Bombeiro", com apenas 20 horas-aula, mas que foram suficientes para despertar nele o desejo de fazer a diferença na vida das pessoas atendidas.

 

coronel antonio luiz cardoso

 

"Esse tipo de trabalho me agrada. Acho que foi a melhor escolha da minha vida." Na escolha de vagas, quatro dos cinco cadetes mais antigos optaram pelo Corpo de Bombeiros. Entre eles, Lazzaris (que foi Comandante-Geral e já contou sua história aqui: História de Bombeiros - Coronel PM RR Lazzaris), além de Cláudio, Daltenor e Cardoso.

"Quando você está dentro do caminhão, exerce uma influência muito grande na vida das pessoas", explica, com a voz embargada pela emoção. Trabalhou 15 anos na Seção de Segurança Contra Incêndio (SCI). Em 1975, durante um curso de especialização em São Paulo, ficou impressionado com a estrutura daquele Corpo de Bombeiros, que já havia enfrentado grandes incêndios, como os dos edifícios Andraus e Joelma.

coronel antonio luiz cardoso

 

Histórias marcantes

Um ano após entrar na corporação, em 1974, uma enchente de grandes proporções atingiu a cidade de Tubarão. “Fui designado como oficial de ligação”, relata. Ficou responsável por garantir a comunicação entre a corporação e a Defesa Civil, que havia sido criada há pouco tempo.

As dificuldades naquela ocorrência foram imensas, pois a Estação de Bombeiros de Tubarão havia sido recém-inaugurada, e o efetivo conhecia pouco a região. Os recursos foram rapidamente exauridos, e o apoio deslocado de Florianópolis não conseguia chegar, já que a água bloqueou a BR-101. Com o deslocamento terrestre impossibilitado, a única opção foi a utilização de helicópteros das Forças Armadas.

Em 1980, participou do atendimento à queda do Boeing 727 da Transbrasil, prefixo PT-TYS, que operava o voo 303. O acidente foi provocado pelo mau tempo em Florianópolis, resultando na colisão da aeronave com o Morro da Virgínia. A bordo, estavam 50 passageiros e 8 tripulantes, dos quais apenas 3 sobreviveram. “O que mais me marcou foi passar a noite inteira com poucos recursos”, relembra. “Eu era capitão e estava como supervisor de dia, o que me obrigava a ficar em casa, ao lado do telefone”.

 

Ao resumir sua trajetória, o coronel Cardoso usa uma única palavra: "vida".

 

 


O projeto “Histórias de Bombeiros” é uma produção do Centro de Comunicação Social do CBMSC
Coordenação e produção: 
Capitão Juciane da Cruz May
Entrevista e roteiro: Melina Cauduro – Jornalista do CBMSC

Edição de texto: Soldado Murilo Damian Medeiros

Captação de imagem e edição de vídeo: Soldado Eduardo Silva De Souza

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