Os desastres naturais ou tecnológicos constituem uma realidade cada vez mais presente na realidade nacional e internacional. Seus efeitos causam danos e prejuízos cada vez maiores e mais intensos. Diariamente a população pode acompanhar pela imprensa, notícias de desastres que ocorrem em várias partes do mundo, quebrando recordes numéricos ou, mais grave, revestidos de ineditismo, o que promove maiores repercussões desses eventos.
As análises em relação à gestão de riscos e aos eventos críticos precisam levar em conta outros aspectos sociais, políticos, históricos, culturais e econômicos. Isso requer considerar elementos como: nosso modelo de desenvolvimento sócio-econômico desigual, o processo de urbanização com ausência de planejamento, o subdesenvolvimento do país, os danos causados pela ação humana ao meio ambiente, as vulnerabilidades climatológicas, entre outros. Nessa compreensão podemos afirmar que os desastres são socialmente construídos.
No caso de Santa Catarina, os fenômenos de origem hidrometeorológicos são responsáveis por boa parte dos desastres, e geralmente excedem a capacidade de resposta das comunidades atingidas. Neste contexto, torna-se essencial reconhecer a necessidade da redução e gestão de riscos, associadas ao desenvolvimento sustentável, na intenção de evitar que os desastres ocorram, promovendo melhorias aos mecanismos de resposta.
Os desastres podem ser reduzidos de maneira substancial se os órgãos de resposta estiverem preparados, os órgãos de coordenação e harmonização das ações de defesa civil tiverem seus planos desenvolvidos, a população estiver informada, preparada e motivada para assumir uma cultura de prevenção e de resiliência diante dos desastres. Por esse motivo, torna-se necessária a realização do processo de capacitação, voltado ao aperfeiçoamento técnico e científico, dos membros das instituições catarinenses, participantes e responsáveis pelas ações de Prevenção e Resposta a situações críticas.
A prevenção de desastres ou mitigação dos seus efeitos são as ações mais coerentes e necessárias, para prevenir a resultante trágica do impacto de fenômenos severos sobre cenários de importante vulnerabilidade, porém, são necessários processos científicos e estruturados de pesquisa, análise, priorização e planejamento das soluções. Considerando também a importância sobre o domínio das ferramentas de gestão de situações críticas, a necessidade dos procedimentos multi e interdisciplinares na condução do socorrimento e da atenção humanitária às populações, nos momentos de resposta e reabilitação das área atingidas.
Nessa perspectiva, faz-se necessária a criação do curso na área para formação de profissionais habilitados, estes deverão constituir um grupo com ações voltadas à pesquisa, ao ensino e à extensão que oportunizam produção e socialização de novos conhecimentos, num movimento que deverá consolidar as bases teóricas e conceituais de uma subárea do conhecimento – Defesa e Proteção Civil – tendo como foco a melhoria dos serviços prestados pelos agentes públicos à sociedade, bem como, a ampliação da segurança e qualidade de vida da população catarinense.